Até agora em nosso blog, trouxemos fotógrafos internacionais talentosíssimos. Isso nos faz pensar o quanto a fotografia foi de grande importância no exterior e se, de alguma maneira, ela teria influenciado pessoas aqui no Brasil. E quando falamos de fotografia nacional somos agradavelmente obrigados a falar desse gênio.
Sebastião Salgado nasceu em uma vila, no interior de Minas Gerais. Estudou economia pela USP e trabalhou vários anos na área quando mudou para Páris, com sua esposa. Sua paixão com fotografia surgiu ao fazer uma viagem para a África e começar sua primeira sessão de fotos com uma Leica, emprestada de sua esposa. Logo depois, passou a atuar como fotojornalista e entrou para a agência Magnun.
Em um determinado momento de sua vida, abandonou o fotojornalismo e se dedicou a viajar pelo mundo em busca de belas fotografias. E assim nasceram seus livros. Uma de suas obras mais aclamadas foi Terra de 1997. Neste livro, Sebastião retrata a realidade de trabalhadores rurais sem-terra, mendigos, crianças de rua e outros grupos excluídos da sociedade. Esta obra foi feita em conjunto com Chico Buarque, que colaborou com uma pequena trilha sonora que vem gravada em um CD junto ao livro, e com José Saramago, escritor influente português, que ficou responsável pelo prefácio.
Seu livro mais recente é Gêneses, uma obra baseada no mundo fora da civilização moderna. Durante duas semanas, um exposição de mesmo nome da obra foi organizada por Sebastião e sua esposa e exposta no SESC Pompéia, São Paulo. 254 fotos de seu livro foram expostas e além de poder apreciá-las mediante toda sua majestade, ainda poderia correr o risco de cruzar com o próprio fotógrafo pelos corredores.
Apesar de ser um fotógrafo contemporâneo, Sebastião ainda reserva a magia da fotografia em preto e branco.Antes, como falta de escolha, hoje como opção. Quanto ao seu equipamento, revela em uma entrevista atual no Programa do Jô, o motivo de ter largado a fotografia analógica e migrado para a digital. "Comecei a enfrentar muitos problemas com meus rolos de filme nos aeroportos. As malas passavam pelo Raio-X e sua radiação era prejudicial. Passava por dezenas de aeroportos em poucas semanas e meus filmes eram prejudicados pela constante exposição. Decidi mudar para o digital não apenas pela qualidade, mas por que não teria mais esse tipo de problema e também economizaria espaço na bagagem, além de minhas malas ficarem muito mais leves."
- Camila Fencz